quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

02:09

O que eu quero é um palco só meu, com tudo o que preciso pra ser só seu. Soltar os verbos sem palavras, os gritos sem voz e os saltos sem pernas. Chorar e tremer e correr vomitar berrar silenciar espremer exprimir expressar extrapolar exagerar estacionar a alma onde eu possa vê-la inteira fora de mim até. Então. Retocar reformar refazer rebolar resistir ao que não é meu e parece não ter fim. Amar me odiar. Fazer entender que o sucesso é visível até quando se faz o pior papel. É só abrir a alma pro incerto. Segurança só segura. Solta agora, já é hora. Pula corre joga tropeça assopra esquece entenda que entender é perder. Tempo tesão tempero temperatura ternura a hora. Já passou e agora? Já era. Joga fora. Quando viu já começou. Começou já no fim e não foi o bastante.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

dono

esqueça as cartas que você sequer releu
lá estão a vontade de ser quem você nunca foi
e a cegueira de quem nunca viu

esqueça o silêncio que era conforto
hoje ele grita que há algo errado
que o poema na sua voz foi morto

esqueça que há segundas chances
elas só causam segundas quedas
de alturas que só se alcançava antes

esqueça que na solidão há felicidade
e saia a procura de um novo dono
pois ninguém é bom o suficiente para a liberdade

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

troca

se eu tivesse a chave
ou quem sabe a faca
pra abrir meu peito
e te oferecer meu tudo
feito de carne e alma
eu esperaria em troca
talvez um pouco mais que o nada
que você me serve a cada madrugada

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

eu

exilado em mim
com um coração perdido
e outro nas mãos